Primeiro Seminário Inter-Religioso em Mocímboa da Praia, de 25 e 26 de Outubro de 2023. Organizado por Cipaz
Em 2023, Centro Inter-Religioso para a Paz - Cipaz, em parceria com o Conselho dos Alimos de Cabo Delgado, Financiado pelo Instituto Europeu da Paz realizou o primeiro Seminário Inter-religioso em Mocimboa da Praia em prol da Paz.
Realizou-se na sala de Sessões do Governo do Distrito de Mocimboa da praia.
Temas em debate:
- Formação em Diálogo Inter-religioso para a Paz;
- Religião e Radicalização;
- Apresentação do documento: Declaração da Fraternidade Humana em prol da Paz e Justiça.
Os Painelistas do Seminário:
1- padre Eduardo Oliver Roca, Pároco e Presidente do Conselho Científico do Cipaz.
Tema: Formação em Diálogo Inter-religioso para a Paz e apresentação do documento: Declaração da Fraternidade Humana em prol da Paz e Justiça.
2- Sheikh Momade Juma, presidente do Conselho dos Alimos de Cabo Delgado e Sheikh Alfane Joaquim, membro do Conselho dos Alimos de Cabo de Delgado.
Tema: Religião e Radicalização.
Centro Inter-Religioso para a Paz- Cipaz. Pemba, Cabo Delgado/Moçambique trabalhando em prol da Paz em Cabo Delgado
Magnas palavras da sua Santidade Papa Francisco e Grão Imam de Al- Azhar Ahmad Al- Tayyeb
O conceito de cidadania baseia-se na igualdade dos direitos e dos deveres, sob cuja sombra todos gozam da justiça. Por isso, é necessário empenhar-se por estabelecer nas nossas sociedades o conceito de cidadania plena e renunciar ao uso discriminatório do termo minorias, que traz consigo as sementes de se sentir religiosos, para enfrentarem as tendências individualistas, egoístas, conflituais, o radicalismo e o extremismo cego em todas as suas formas e manifestações.
DOCUMENTO SOBRE
A FRATERNIDADE HUMANA EM PROL DA PAZ MUNDIAL
E DA CONVIVÊNCIA COMUM
O primeiro e mais importante objectivo das religiões é o de crer em Deus, honrá-Lo e chamar todos os homens a acreditarem que este universo depende de um Deus que o governa: é o Criador que nos moldou com a Sua Sabedoria divina e nos concedeu o dom da vida para o guardarmos. Um dom que ninguém tem o direito de tirar, ameaçar ou manipular a seu bel-prazer; pelo contrário, todos devem preservar este dom da vida desde o seu início até à sua morte natural. Por isso, condenamos todas as práticas que ameaçam a vida, como os genocídios, os actos terroristas, os deslocamentos forçados, o tráfico de órgãos humanos, o aborto e a eutanásia e as políticas que apoiam tudo isto.
De igual modo declaramos – firmemente – que as religiões nunca incitam à guerra e não solicitam sentimentos de ódio, hostilidade, extremismo nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue. Estas calamidades são fruto de desvio dos ensinamentos religiosos, do uso político das religiões e também das interpretações de grupos de homens de religião que abusaram – nalgumas fases da história – da influência do sentimento religioso sobre os corações dos homens para os levar à realização daquilo que não tem nada a ver com a verdade da religião, para alcançar fins políticos e económicos mundanos e míopes.
Por isso, pedimos a todos que cessem de instrumentalizar as religiões para incitar ao ódio, à violência, ao extremismo e ao fanatismo cego e deixem de usar o nome de Deus para justificar actos de homicídio, de exílio, de terrorismo e de opressão. Pedimo-lo pela nossa fé comum em Deus, que não criou os homens para ser assassinados ou lutar uns com os outros, nem para ser torturados ou humilhados na sua vida e na sua existência. Com efeito Deus, o Todo-Poderoso, não precisa de ser defendido por ninguém e não quer que o Seu nome seja usado para aterrorizar as pessoas.
Abu Dhabi, 4 de Fevereiro de 2019
Em 2024, o Centro Inter-religioso para a Paz, vulgo Cipaz esteve reunido com as lideranças religiosas cristãs e muçulmanas, na Escola Comunitária São Carlos Lwanga de Mahate.
O tema deste encontro foi o seguinte:
- Fomentar o Dialogo interreligioso para a Paz.
Realizamos as seguintes actividades:
- Apresentação e Diálogo sobre o Documento da Fraternidade Humana em prol da Paz (2019),redigido por sua Santidade Papa Francisco, líder máximo da Igreja Católica e o Grão Imam Ahmad Al-Tayyeb, Presidente da Universidade de Al-Azhar Alsharif;
- Distribuição do Documento da Declaração Inter Religiosa de Pemba (2022), assinado por líderes religiosos da Cidade de Pemba ;
- Distribuição de kits básicos alimentares.
Onde, houve uma interpretação do Documento da Fraternidade Humana em prol da Paz, por duas figuras teólogas das ambas Religiões:
1- Padre Eduardo Roca, Pároco e Presidente do Cipaz. e
2- Sheikh Momade Juma, Presidente do Conselho dos Alimos de Cabo Delgado e Membro do Cipaz.
O Documento traz-nos um marco muito importante para as Comunidades Religiosas, em que o mesmo aborda muitos pontos interessantes, como, a Paz, a dignidade da pessoa humana, o direito à vida. etc.
porque nos encontrar para dialogar?
O diálogo entre crentes significa encontrar-se no espaço enorme dos valores espirituais, humanos e sociais comuns, e investir isto na propagação das mais altas virtudes morais que as religiões solicitam; significa também evitar as discussões inúteis.
por Documento da Fraternidade Humana, Abu Dhabi, de 04 de Fevereiro de 2019
Em 2024, Centro Inter-religioso para a Paz, vulgo Cipaz esteve reunido com as lideranças religiosas cristãs e muçulmanas, na Escola básica Josina Machel de Muxara
O tema deste encontro foi o seguinte:
- Fomentar o Dialogo interreligioso para a Paz.
Realizamos as seguintes actividades:
- Apresentação e Diálogo sobre o Documento da Fraternidade Humana em prol da Paz (2019),redigido por sua Santidade Papa Francisco, líder máximo da Igreja Católica e o Grão Imam Ahmad Al-Tayyeb, Presidente da Universidade de Al-Azhar Alsharif;
- Distribuição do Documento da Declaração Inter Religiosa de Pemba (2022), assinado por líderes religiosos da Cidade de Pemba ;
- Distribuição de kits básicos alimentares.
Onde, houve uma interpretação do Documento da Fraternidade Humana, por duas figuras teólogas das ambas Religiões:
1- Padre Eduardo Roca, Pároco e Presidente do Cipaz. e
2- Sheikh Momade Juma, Presidente do Conselho dos Alimos de Cabo Delgado e Membro do Cipaz.
Portanto, Cipaz tem sido ao longo de todos estes anos, uma
Referência inter-religiosa na promoção do Diálogo e Tolerância Religiosa em Cabo Delgado, contribuindo na coesão social.
Porque divulgar o documento da Fraternidade Humana?
Al-Azhar e a Igreja Católica pedem que este Documento se torne objecto de pesquisa e reflexão em todas as escolas, nas universidades e nos institutos de educação e formação, a fim de contribuir para criar novas gerações que levem o bem e a paz e defendam por todo o lado o direito dos oprimidos e dos marginalizados.
por Documento da Fraternidade Humana, Abu Dhabi, de 04 de Fevereiro de 2019
Em 1219, S. Francisco e o Irmão Illuminato acompanharam os exércitos da Europa ocidental para Damietta, no Egito, durante a Quinta Cruzada. Francisco tentou persuadir os Cruzados a não atacar os muçulmanos na Batalha de Damietta, mas fracassou. Após a derrota dos exércitos ocidentais, ele cruzou a linha de batalha com o Irmão Illuminato, foi preso e levado até o sultão Malek alKamil. Após uma tentativa inicial por parte de Francisco e do sultão de converter um ao outro, ambos se deram rapidamente conta de que o outro já conhecia e amava a Deus. Francisco e Illuminato ficaram com al-Kamil e seu mestre sufi Fakhr ad-din al-Farisi durante 20 dias, discutindo sobre a oração e a vida mística. Quando Francisco partiu, al-Kamil lhe deu uma corneta de marfim, que ainda está preservada na cripta da Basílica de São Francisco em Assis. Esse encontro entre Francisco e Malek al-Kamil é um paradigma para o diálogo inter-religioso em nossa época. Apesar de diferenças na religião, as pessoas podem encontrar terreno comum em suas experiências de Deus. O diálogo exige que verdadeiramente escutemos a outra pessoa; mas, para ter condições de fazer isso, precisamos primeiramente ver a outra pessoa como um ser humano, que é amado por Deus e deve ser respeitado por nós. Não há outro caminho para a paz tanto no século XII quanto no século XXI.
Texto citado em: Phan, 2004, Diálogo inter-religioso: 50 anos após o Vaticano II. Cadernos de Teologia Pública. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Instituto Humanitas Unisinos. Ano 1, n. 1 p.18